Fotos: © Luís Graça (2007). Direitos reservados.
SOS, Mare Nostrum
Poderei não suportar
O dia em que o mar
Se retirar da minha praia.
Poderei adoecer
Ou até mesmo morrer
Se me tirarem o mar
Da minha rua.
E o pôr do sol
Sobre a linha do horizonte da minha janela.
E o cheiro a maresia
No meu almofariz de cheiros.
E as neblinas matinais
Lavando os meus olhos.
Não sei se conseguiria fazer o luto
Do Mar Morto.
Emigrarei para o hemisfério sul
Quando me tirarem o mar do Norte,
O mar do Serro,
O Mare Nostrum,
As Berlengas ao fundo,
O vento nos canaviais
Na Praia do Zimbral.
Posso gostar das tuas montanhas
E das tuas albufeiras
E das tuas florestas de carvalhos,
Da gente rude e franca do Norte,
Mas preciso de regressar ao Sul,
De vez em quando,
Para respirar como as baleias.
Um exército de lapas
Move-se de rocha em rocha
Como sinal premonitório
Da transmigração do mar.
Praia da Peralta,
8 de Setembro de 2007
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