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quinta-feira, julho 28, 2011

Vamos cantar as janeiras (1): Escola Nacional de Saúde Pública, 2008

Natal de 2008, na ENSP/UNL


No Natal de dois mil e oito,
Muitos votos e poucas prendas,
Diz aflito e nada afoito
O pobre do Reitor Rendas.


Novo estatuto vem no sapato
Da nossa querida escolinha:
- Pai Natal, aqui há gato…
Vamos passar muita fominha?


Lá se vai o belo tacho,
Desta escola director:
- De escalão é que eu não baixo,
Serei sempre professor.


Já fiz o meu TêPêCê,
Senhor Professor Bolonha,
Nesta Escola, como vê,
Muito estudo, pouca ronha.


Neste mar de tubarões,
Não sejas peixe miúdo,
Só em cardume, aos milhões,
Podes vencer o Graúdo.


De vós que em breve vos ides
Para a reforma dourada,
Cito o Doutor Sakellarides
E Hígia (*), a sua amada.

No aforismo hipocrático,
Vida curta e longa arte,
Não condiz com catedrático,
Que entra, sai e… logo parte.


Tudo por mor do povo,
Natal é festa... e também
Saudar o Ano… Novo -
Dizem eles! – que aí vêm.


Sendo uma casa com história,
E uma Escola Nacional.
O ano vai ser de glória,
Para a saúde em Portugal.


Venha o novo director,
Com ou sem bênção geral,
Que o Ano seja o melhor,
Boas Festas, pessoal.

Lisboa, ENSP/UNL, 19 de Dezembro de 2008


LG


______________
 
(*) Hígia, deusa grega da saúde, irmã de Panaceia, a deusa da medicina (a arte), ambas filhas de Asclépio, o semi-deus, pai mitológica da medicina ocidental



http://www.ensp.unl.pt/lgraca/textos2.html

sexta-feira, julho 01, 2011

Bogantologia(s) II - (94): Homenagem ao Prof Constantino Sakellarides

1. Homenagem, poético-sentimental, ao Prof Catedrático Jubilado da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa (ENSP/UNL), Constantino Thedor Sakellarides, também conhecido pelo nickname SAK, ao quilómetro 70 da sua autoestrada da vida, por parte de todos os companheiros e companheiras da saúde pública, aqui sentados/as à volta desta mesa, como ele gosta…


Companheiro: palavra que vem etimologicamente, do  latim cum + pane (aquele que come o mesmo pão à mesma mesa)….


É grego, de ascendência,
Moçambicano profundo,
Portuga por excelência,
Grande cidadão do mundo.

É nativo de Aquário,
Nascido em 1 de Fevereiro,
Tem fama de visionário,
Mas não de… facebookeiro.

É SAK, lutador também,
Detesta o assim-assim,
Faz jus ao nome que tem,
Constantinus, em latim.

Theodor, que é dom de Deus,
Foi por paixão, não por sina,
Que, em vez do reino dos céus,
Escolheu a medicina.

Com o seu quê de bizantino,
Tem fama de sedutor,
É o Doutor Constantino,
Mestre, guru, professor.

Do Maputo a Copenhaga,
Ou de Houston a Granada,
Sua vida é uma saga,
E a Higia a sua amada.

É um homem com memória,
E sentido de gratidão,
Que até da pequena história,
Faz a magistral lição.

Só não andou embarcado,
Em velhas Naus Catrinetas,
De três ninfas pai babado,
Avô de netos e netas.

Se o SAK é estrangeirado,
Por trabalhar que nem um negro,
Quem o diz está enganado,
SAK é tão tuga como grego.

Ao SAK pouco lhe importa,
A guerra que lhe é movida,
De Alma Ata a Harry Porter,
SAK é história …(de)vida.

Chamam-lhe o ideólogo
Do novo sanitarismo,
Da saúde, o politólogo,
Viva o SAK’llaridismo!

Não é gestor de cruzeiro,
Mas foi director-geral,
De todos é sempre o primeiro,
A ver o novo e o genial.

Não é roubo, não é saque,
Tem valor acrescentado,
A amizade do nosso SAK,
Prof agora jubilado.

Ao quilómetro setenta,
Da autoestrada da vida,
O SAK ainda aguenta
O calor da despedida.

Continuamos a conversar
Sentados à volta da mesa:
Que o contrato a celebrar,
É co’ a vida, de certeza!

Sais aqui, no apeadeiro
Da Avenida Padre Cruz…
Xicoração, companheiro,
Exemplo e fonte de luz!


Jantar de homenagem,
Lisboa, Bairro Alto,
Restaurante La Paparrucha
1 de Julho de 2011


2. Deixa-me acrescentar aqui, Constantino, um excerto de um recensão do teu último livro, “Novo contrato social da saúde: incluir as pessoas” (Lisboa: Diário de Bordo, 2010).

Foi feita para um dos meus módulos, por um nosso  (meu/teu) aluno do programa de doutoramento. Ele vai perdoar-me (e tu também) se eu, abusivamente e sem autorização prévia, transcrever e ler aqui publicamente o que ele disse a respeito de ti, autor do livro:

“Sakellarides reforma-se agora, com 70 anos de idade. Tive o privilégio de assistir às últimas aulas que leccionou sobre políticas de saúde, na Escola Nacional de Saúde Pública, onde expôs, no modo eloquentemente brilhante que o caracteriza, as ideias que expressa neste livro. Confirmei as convicções que já possuía: Sakellarides é um dos maiores politólogos da saúde portugueses (e internacionais) de sempre, uma das pessoas com maior influência na estruturação do pensamento em saúde e um Homem com dedicação à causa pública como não tem rival. A sua última obra escrita, aqui em análise, é o testemunho vivo disso mesmo”.

Deixa-me dizer-te o nome do aluno: Domingos Malta. Quando ele chegar ao quilómetro 70 da sua autoestrada da vida, vai seguramente lembrar-se, como tu, dos mestres que teve e que o marcaram, e entre eles figura um senhor chamado Constantino Sakellarides.

Podem, meu caro SAK, tirar-te, tirar-nos tudo, mas são estas pequenas recompensas imateriais, dadas pelos nossos alunos, que nos reconciliam com a vida de professor, suas grandezas e misérias, suas alegrias e tristezas… Acho que é bom sentir que afinal o pedagogo (do grego, paidagōgós) é mais, muito mais – etimológica e metaforicamente falando - do que o escravo que leva a criancinha, pela mão, à escola


LG (em nome de todos/as os/as presentes e dos/das que não puderam vir, que tiveram – e continuam a ter - o privilégio de te conhecer, trabalhar contigo ou simplesmente privar contigo).

terça-feira, julho 10, 2007

Blogantologia(s) II - (41): Homenagem ao Prof Doutor Vasco Reis

Não é o que queria ser
Mas é algo do que gosta,
Deu menos valor ao ter,
A saúde foi sua aposta.

Cinco anos na academia,
Licenciado em direito,
Exerceu advocacia,
Mas não a levou a peito,

Bem poderia ter sido
Rico e famoso advogado,
Não escolheu, foi escolhido,
Para deixar outro legado.

Na barra dos tribunais
Não seria menos bom,
À frente dos hospitais
É que irá mostrar o seu dom.

Mas antes foi desportista,
Até mesmo federado,
Sem esquecer o artista
Do teatro declamado.

Pelo meio há mais paixões,
Há um Vasco cineclubista,
Arte, ideias, emoções,
Do beau ciné saudosista.

Nado e criado em Coimbra,
Para o sul há-de emigrar,
Só não foi trolha... em Sesimbra,
E seu fado foi ensinar.

É uma grande geração,
A de mil nove sessenta e dois,
Gente de contestação,
E liderança, depois.

Não foi Ministro, de minus,
Menor, servo, servidor,
Dedicou-se a outro múnus,
O de público gestor.

O resto da sua história
Já é melhor conhecida:
Com honra e sem vanglória,
É uma vida preenchida.

Oxalá não fossem loas
O que se diz amiúde,
Que o melhor são as pessoas
Nas escolas da saúde.

Que isto fique em acta:
Régio Vasco, vales ouro;
Mesmo mal pago, em prata (1),
Desta escola és um tesouro.

Lisboa, Restaurante Faz Figura, 6 de Junho de 2007

Letra: Luís Graça

(1) Trocadinho: referência à salva de prata que lhe foi oferecida na ocasião por um grupo de pessoal docente e não docente da ENSP/UNL

domingo, junho 10, 2007

Blogantologia(s) II - (40): As Boas Festas da Escola Nacional de Saúde Pública

As Boas Festas da Escola Nacional de Saúde Pública


Coro

Boas festas, meus senhores,
Boas festas vos queremos dar;
Em casa de professores,
Falta gente… p’ra cantar.

Em casa de professores,
Falta gente… p’ra cantar.

Margarida (solista):

Viva o senhor director
Desta Escola Nacional,
Nunca teve comp’tador,
Foi ‘statista genial.

Coro:

Na hora da despedida,
Fica bem a gratidão,
Foi a lição de uma vida,
A do Fernando Galvão.

Margarida:

Viva o senhor presidente
Do Conselho Científico,
Diga lá a esta gente
Se há cargo mais pacífico.

Coro:

Tem um jeito bizantino,
Mas não é imperador,
De seu nome Constantino,
Também é cá professor.

Margarida:

Em cima pondo o cliente,
Sem puxar ao demagógico,
Viva o senhor presidente
Do Conselho Pedagógico.

Coro:

A história de Marilu
Tem o seu quê de didáctico,
Para o nosso Sousa Uva,
O mais jovem catedrático.

Margarida:

P’ra enfrentar o destino,
No fim de dois mil e seis,
É director interino
O Professor Vasco Reis.

Coro:

Ao fim de duas carreiras,
O seu melhor irá dar.
Vimos cantar-lhe as Janeiras
E não q’remos desafinar.


Margarida:

Falta a q’rida secretária,
Desta casa sem espavento,
Não sendo milionária,
Vai compondo o orçamento.

Coro:

Vimos cantar-lhe as Janeiras,
Mesmo sabendo o segredo:
No f’meiro não há alheiras,
Quem diz é a Lurdes Pedro.

Margarida:

Saudada a hierarquia,
Viva todo o pessoal,
Tenham todos lindo dia,
Muitas prendas de Natal.

Coro:

Especial saudação
Para o nosso Discente,
Sem Ele não há Missão
Nem Escola que se aguente.

Boas festas, m‘nhas senhoras,
Boas festas vos queremos dar;
Nesta casa de doutoras,
Não falte gente… p’ra sonhar.

Nesta casa de doutoras,
Não falte gente… p’ra sonhar


Lisboa, ENSP/UNL, 21 de Dezembro de 2006 / 2 de Janeiro de 2007

Letra: Luís Graça

Coro ad-hoc da ENSP/UNL