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quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Blogantologia(s) II - (36): Tempo de alterações climáticas


Lourinhã > Praia da Areia Branca > Agosto de 2006 > Pôr do sol.

Foto: © Luís Graça (2007). Direitos reservados.


Tempo de alterações climáticas (1)


À noite houve uma grande trovoada acompanhada de muita chuva.
À noite iluminações. Tempo lindo.
Às 11 h. p. m. choveu.
Bom tempo e fresco.
Bom tempo.
Chovia bastante.
Continua a inverneira.
Continua a ventaneira fresca.
Continua o lindo tempo.
Continua o mau tempo.
Dia de calor terrível. À noite refrescou.
Dia de chuva e trovoadas.
Dia de chuva.
Dia de horroroso calor, mas eu quando tenho que fazer não dou pela calma.
Dia de tão grande ventania que se quebraram algumas árvores da cerca [do Paço de Mafra]
Dia de verdadeiro Inverno! Chuva e frio !! Embarque difícil no arsenal.
Dia lindo, bom de mais. Assim não há meio de trabalhar.
Dia menos quente do que ontem.
Diminuiu o frio, mas veio a chuva.
Em Lisboa calor horrível.
Em Lisboa continua o calor medonho: na minha consulta, 34º à sombra.
Em Lisboa muito calor, aqui [Sintra] tempo fresco e lindo.
Em Lisboa o calor medonho, aqui [Mafra] fresco, delicioso.
Esteve um lindíssimo dia de Inverno.
Felizmente para as tropas o tempo continua óptimo.
Grande calor em Lisboa e aqui [em Sintra].
Há grande temporal do sudoeste e muita chuva.
Hoje dia de calor horrível em Lisboa.
Joguei um pouco de ténis no fim do almoço e depois dormi um pouco porque faz calor [ em Vidago].
Linda tarde e bom vento.
Manhã de grande invernia! Parece Dezembro ! [ Junho].
Mudou o tempo, temos a chuva grossa.
Muito vento e alguma chuva.
Ninguém se lembra de um tempo assim neste mês [ Junho].
Noite de luar, mas há calor fora do natural.
Noite de temporal.
O dia menos mau, talvez ainda não seguro.
O tempo continua um encanto.
O tempo aguentou-se.
O tempo bom. Continuo a ter boas notícias de casa.
O tempo continua bom. Muitos drinks, muito cavaco até à meia noite [ no Iate Real Amélia].
O tempo continua de chuva.
O tempo continua escandalosamente belo.
O tempo continua fresco e lindo.
O tempo continua frigidíssimo, mas sempre bonito.
O tempo continua mau.
O tempo continua mau: borrasca do sudoeste com chuva.
O tempo está mau: tem chovido bastante.
O tempo está mau: trovoada e muita chuva.
O tempo está muito frio e todo o dia houve nevoeiro cerrado.
O tempo incerto.
O tempo incerto. Faz nove anos que eu casei.
O tempo lindo hoje, muito ameno.
O tempo lindo mas muito frio. Vento do nordeste.
O tempo melhorou de dia, mas para a noite ameaçava de noite chuva.
O tempo melhorou
O tempo mudou: esteve um bonito dia.
O tempo muito mais quente hoje.
O tempo parece querer mudar.
O tempo parece querer mudar. Que venha chuva e frio para tónico das gentes.
O tempo parece querer mudar como é sempre costume no Entrudo.
O tempo péssimo. Verdadeira invernia.
O tempo piorou.
O tempo refrescou muito e à noite choveu.
O tempo tende a melhorar.
Os Príncipes já jantam à mesa de Estado. Já era tempo!
Parece Inverno.
Parece que a terra perdeu tanto calor pelos vulcões das ilhas americanas 
que não pôde haver Verão, o que aliás me não faz a maior falta. 
Dizem telegramas do Brasil que caiu neve e há gelo 
em pontos onde nunca gelou nem nevou.
Parecia um dia inglês.
Tempo a fazer caretas.
Tempo a querer mudar.
Tempo ameaçando chuva, mas quente.
Tempo ameaçando chuva, o que é mau por causa da bagagem 
que irá esta noite para Lisboa.
Tempo ameaçando chuva e eu muito embronquitado.
Tempo ameaçando trovoada.
Tempo bom.
Tempo bom. Vim jantar a casa.
Tempo bonito e fresco aqui [ em Sintra] , em Lisboa calor.
Tempo bonito e fresco o que descansa dos calores transmontanos.
Tempo bonito e fresco. Fui de manhã à Ericeira com os pequenos.
Tempo bonito e fresco. Graças a Deus todos estamos bem.
Tempo bonito e fresquinho.
Tempo bonito e mais fresco.
Tempo bonito e ventoso, quase frio.
Tempo bonito, mas de grande nortada.
Tempo bonito, mas quente.
Tempo bonito, mas quente e que fez recear chuva.
Tempo chuvoso.
Tempo com tendência a melhorar.
Tempo com vontade de virar a Leste.
Tempo de aguaceiros e grande ventania.
Tempo de aguaceiros, mas de tarde levantou.
Tempo de chuva.
Tempo de frio e chuva como Inverno.
Tempo de grande nortada.
Tempo de invernia como em Dezembro: chuva e frio.
Tempo de Inverno.
Tempo de terrível inverneira.
Tempo duvidoso.
Tempo esplêndido.
Tempo fazendo caretas para os lados do sudoeste.
Tempo feio e muito frio.
Tempo fresco.
Tempo frio e bonito.
Tempo frio e de aguaceiros.
Tempo frio e mau.
Tempo horrível.
Tempo horrivelmente quente tanto em Lisboa como aqui [em Sintra].
Tempo incerto.
Tempo irregular.
Tempo irregular: aguaceiros.
Tempo lindíssimo.
Tempo lindo. Recebi ordem de El-Rei para partir amanhã para Mafra.
Tempo lindo e eu muito constipado.
Tempo lindo e fresco em Sintra.
Tempo lindo e fresco.
Tempo lindo e fresquíssimo nesta nesta boa terra [Mafra] 
que eu desejaria que mais uma vez fosse o que costuma ser 
na convalescença da minha rica filha.
Tempo lindo e frio.
Tempo lindo mas frio. Jantei em casa.
Tempo lindo, luar magnífico.
Tempo lindo, mas frio.
Tempo lindo, mas muito frio. Vento nordeste.
Tempo lindo, mas pouco frio, 
o que não é muito bom sinal nesta época do ano.
Tempo lindo, mas quente de mais para a época [ Outubro].
Tempo lindo, mas um pouco quente principalmente na Ericeira.
Tempo lindo, muito ameno.
Tempo lindo, passeio encantador.
Tempo lindo.
Tempo lindo. Dias de Outono claros e frescos. A Tapada está um encanto.
Tempo lindo. Para a noite as minhas filhas estavam melhorzinhas.
Tempo lindo: Outono puro que aqui é lindo [ em Mafra].
Tempo magnífico e fresco.
Tempo magnífico.
Tempo mais fresco.
Tempo melhor, mas não frio.
Tempo melhorado.
Tempo muito frio e húmido.
Tempo muito frio, de nevoeiro cerrado.
Tempo não muito quente. Alguma aragem.
Tempo óptimo.
Tempo óptimo: bonito e fresco.
Tempo péssimo.
Tempo péssimo: frio e muita chuva.
Tempo que parece mais de Inverno.
Tempo quente [ em Outubro ] como se fora Julho
Tempo quente até aqui que é a terra fresca [Mafra]
Tempo quente e de trovoada.
Tempo quente mas encoberto, ameaçando trovoada.
Tempo quente, mas bonito.
Tempo quentíssimo como raras vezes aqui há [ em Mafra].
Tempo quentíssimo. Linda noite de luar. 
Todas as janelas abertas o que é raro nestas paragens [ Sintra].
Tempo quentíssimo: mais de 33º à sombra.
Tempo regular.
Tempo sempre lindo, o que aumenta a minha tristeza.
Tempo um pouco melhor permitiu as luminárias na Avenida da Liberdade.
Tempo um pouco menos quente.
Tempo variável.
Teremos mau tempo brevemente.
Todo o dia choveu como no Inverno.
Todo o dia enevoado e à noite choveu.

Fonte: Citações de: BREYNER, Thomaz de Mello – Diário de um Monárquico: 1902-1904. Porto: Fundação Eng. António de Almeida. 2005.

sábado, dezembro 03, 2005

Blogantologia(s) II - (21): O deve-e-o-haver de 2004

Máscara do Mali.

Fonte: Museu Nacional de Etnologia, Lisboa, 21 de Novembro de 2004 (Um dos melhores museus de etnologia da Europa, aqui tão perto!).

Foto: © Luís Graça (2004).


Post originalmente publicado no Blogue-Fora-Nada > Blogantologia(s) - XXII: Saldo(s) para o ano de 2005


A todos os homens e mulheres (i) que cabem na minha lista de e-mails ou (ii) que a transbordam ou (iii) que circulam, a desoras e sem rumo, na blogosfera, (iv) quer façam ou não o favor de serem meus amigos: deixem-me desejar-vos o melhor da vida para o Novo Ano que, dizem, aí vem!!!

L.G.


Car@s amig@s planetári@s:

Eis-nos chegad@s
Ao fim do ano de dois mil e quatro,
E digo fim
Porque é já inverno
E faz frio
E porque acabei de arrancar
A última folha amarelada do calendário.
E digo fim para não praguejar
E para não ir parar com os quatro costados
Ao inferno.

Dizemos fim do ano
Por mera convenção ou conveniência.
Ou se calhar,
Por tristeza ou desfastio,
Cansaço, saturação, impaciência.
Depressão, dirá muita boa gente.
Ou só por que nos deu na real veneta;
Em suma, dizemos fim
Sem qualquer razão aparente.

Na prática não chegámos ao fim,
Não chegámos a parte nenhuma,
A pé, de carro, de barco ou de dromedário,
À boleia, a nado ou até de parapente,
Que o chegar é sempre a um algum sítio,
Lugar, porto, ilha, montanha de bruma,
País, continente, planeta,
Ou pico do Evereste.
E chegar ao fim
É sempre sinónimo de festa.

Não arribámos a nenhum porto
Ou outro ponto imaginário
Do globo terrestre;
Não fomos pioneiros,
Não descobrimos a misteriosa citânia
Da nossa proto-história lusitana
Nem sequer a porta do risonho futuro
Que há-de vir;
É tudo treta,
Não fomos os primeiros
Nem sequer os últimos
A cortar a meta;
Não fomos notícia,
Nem mesmo em Alcácer Quibir;
Não estávamos entre os anónimos mineiros
Soterrados na China e na Ucrânia;
Não houve festa, nem luto, nem bomba atómica,
Não houve alvoroço, nem foguetes,
Nem estátua equestre,
Nem sequer a banda trágico-cómica
Dos bombeiros voluntários
Do Emir Kusturica.
À nossa espera
Ou no nosso enterro.

Vendo bem,
Não fizemos nada de heróico,
Não salvámos a humanidade,
Não fizemos a guerra,
Não lutámos contra os canhões,
Não assinámos a paz,
Nem sequer levámos a carta a Garcia.
Enfim, não ganhámos nenhum prémio,
Nem sequer o Nobel, nem a lotaria,
Muito menos o Euromilhões;
Em resumo, dizem-nos que,
No ano da graça do senhor
De dois e mil e quatro,
Tu e eu, nós todos,
Nada temos de concreto
Para celebrar.

Mas chegados ao fim do ano,
É costume fazer-se o balanço,
Se não da viagem,
Pelo menos do deve-e-haver
Das nossas vidas,
Da carga preciosa que transportamos connosco,
Que é a vida e o dever de a viver.
Que é o fogo da vida
E a obrigação de o alimentarmos,
O pequeno milagre
Ou o simples facto
De estarmos vivos,
De ainda estarmos vivos
E de estarmos juntos.

Façamos, pois, o balanço,
Meus amigos,
O deve-e-haver deste ano
De dois mil e quatro,
Que se calhar foi um annus horribilis
Como os anteriores,
Para a maior parte dos homens e mulheres,
Noss@s vizinh@s planetári@s.
Que a vinte e três de dezembro,
O horóscopo da humanidade
Não está em condições de prever
Terramotos, catástrofes, pestes, tsunamis,
O cortejo dos horrores
Que costumam acompanhar os cavaleiros do Apocalipse.

Façamos o balanço das nossas vidas
Como pessoas, como grupos,
Como instituições, como países.
Siga-se, nesta matéria, a tradição,
Que a tradição ainda manda,
E com isso não vai grande mal ao mundo
(Se querem saber a minha opinião).

Como sempre, houve coisas boas
E coisas más
Ao longo do ano que agora finda.
Releguemos as más para os historiadores.
Ou para o nosso confessor, psiquiatra ou confidente.
Ou para o diário secreto de Narciso.
Em boa verdade, as coisas más vão ao fundo,
Não flutuam como os corpos,
São, por definição, para esquecer.
- Dorme, que foi um sonho mau!,
Diziam-te em criança.
Criança sem juízo,
Sem dente do siso.

Abramos, pois, os nossos corações
Para falar ou dar testemunho
Das coisas boas que nos aconteceram.
Que a hora é de desafivelar as máscaras
Dos actores que também somos.
Maus, canastrões,
Mas que importa, se o palco é tudo!

Falemos dos acontecimentos
De que fomos protagonistas.
Pequenos, sem dúvida,
À nossa escala, à escala humana,
Mas importantes,
Para nós, a nossa família, os nossos amigos,
As empresas ou organizações onde trabalhamos,
As pessoas que confiaram em nós,
Que apostaram e acreditaram em nós.

Falemos das situações de que fomos
Actores de verdade, actores de facto.
Independentemente do nosso papel,
E do tamanho do nosso papel.
Ou do número de graus de liberdade
A que temos direito
Ou que fazem parte do nosso contrato.
Que o importante foi ser actor
E não mero figurante.

Falemos dos projectos
De que fomos gestores
Ou simples trabalhadores
De equipa.
Falemos dos conhecimentos novos
Que tivemos o privilégio
De produzir, obter ou divulgar
Através do nosso trabalho, estudo ou formação.
Dos livros que lemos ou escrevemos
Ou que comprámos para ler mais tarde,
”Quando formos velhinh@s
E tivermos todo o tempo do mundo”
(Oh, doce ilusão!).

Não nos esqueçamos de evocar
As pessoas fantásticas que conhecemos.
Mas também os filmes de última hora
Que perdemos no trânsito da vida.
Ou as estórias que não ouvimos ou não lemos,
Por falta de paciência ou de audiência
Ou de simples lugar de estacionamento
No hall congestionado do planeta azul.

Falemos das oportunidades que tivemos
De fazer coisas novas,
Inovadoras, ou simplesmente úteis,
Para nós, para os outros, para o nosso país.
E que não desperdiçámos.
Ajudando o mundo a tornar-se
Mais amigável
Ou, pelo menos, mais habitável.

Falemos das pequenas coisas boas
Que nos aconteceram,
Não por mero acaso,
Mas porque as merecemos,
(Sem falsa modéstia!),
Porque lutámos por elas,
Porque outros nos ajudaram a conseguí-las
Porque juntos conseguimo-las.

Falemos ainda do nosso crescimento interior:
Se estamos mais sábios, mais atentos,
Mais conscientes da água que corre nos nossos rios
Ou do HIV/SIDA que nos está matando,
É porque crescemos por dentro.

Mas sejamos capazes também de falar
Das brincadeiras ou partidas
(Não das sacanices!)
Que fizemos uns aos outros.
Que o brincar não é proibido,
Ou não deveria sê-lo,
Que o brincar devia mesmo ser obrigatório
Na escolinha da vida
E nos locais de trabalho
Onde, já crescidos, a ganhamos.

Falemos dos e-mails que trocámos
E que encheram as nossas caixas de correio.
Das anedotas que contámos.
Até das de mau gosto,
Xenófobas, racistas e sexistas.

Falemos do pão, do queijo e do vinho
Que partilhámos com alguém,
Ao fim da tarde,
Não importa onde,
No Alentejo, em Angola, ou no Minho,
Em qualquer parte onde
Temos um amigo, um parceiro, um compincha.
Que o companheiro (do latim cum + pane) é
Justamente aquele que compartilha connosco
O pão e o vinho à mesma mesa.

Sim, falemos das emoções
Que pusemos em cima da mesa.
Ou da ausência delas.
Da paz que conseguimos, em certas ocasiões,
Estabelecer connosco e com os outros.
Sim, falemos da paz:
Nada como um minuto de paz
Ao fim do dia, no fim do ano.
Um minuto, uma hora,
Mesmo se o fim do ano é uma treta
Do calendário gregoriano.

Falemos, por isso, e já agora
D@s velh@s amig@s que voltámos a encontrar.
Em viagem,
Num terminal de aeroporto,
Numa esquina de rua congestionada,
Num bar triste de uma cidade
Em que estávamos de passagem.

Falemos d@s nov@s amig@s que fizemos.
Sem esquecer @s querid@s amig@s
Que perdemos, assim sem mais nada,
Por razões de vida ou de morte,
Ou de que perdemos simplesmente o norte,
O telefone, o fax, o endereço, o e-mail, a morada.

É a pensar em vocês tod@s
Com quem trabalhei, interagi, vivi, falei,
Discuti, barafustei,
E, se calhar, até magoei e decepcionei,
Durante o ano de dois mil e quatro,
É a pensar em tod@s vós,
Que eu peço ao Pai Natal
(Que eu ainda acredito nele,
Seja isso idiota ou infantil,
Muito pouco ou nada racional!)
Para pôr no vosso sapatinho
Esta singela mensagem:
“Que a nossa amizade seja…
O saldo contabilístico, positivo,
Que transita para o ano de dois mil e cinco”.

Estou-vos obrigado,
A todos vós,
Pela parte de mérito que vos coube
Nas pequenas coisas boas
Que me aconteceram, nos aconteceram,
Em dois mil e quatro.
Resta-me pedir-vos, sensibilizado:
"A mim, desculpem-me lá qualquer coisinha!"...

L.G.

Lisboa, 23 de Dezembro de 2004