Mostrar mensagens com a etiqueta saúde pública. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta saúde pública. Mostrar todas as mensagens

sábado, janeiro 05, 2013

Vamos cantar as janeiras (4): Escola Nacional de Saúde Pública, 2009


Cantigas de escárnio e maldizer… natalícias

Se ele há coisa que não rima,
Nesta Escola Nacional,
É o depressivo clima
Da campanha eleitoral.

Fui a Delfos consultar
A pitonisa famosa,
Pôs-me um galo a cantar
Em pose vitoriosa.

No templo de Epidauro,
Logo perguntei, sorumbático:
- Eleito,  é cristão ou mouro ?
- Será doutor… hipocrático!

Na sinagoga, gentil,
Rabino disse que “Cá,
Não há OPA hostil,
É vontade de Jeová”.

Nem Sobrinhos nem Afilhados,
São os Grandes Eleitores,
Impolutos, sem pecados,
Os melhores decisores.

Sem sindicato de voto,
Decidindo em consciência,
Longe da algazarra do povo,
Dirão de sua ciência.

ENSP é uma marca
Tem história e tem brasão,
Mas há gente de visão parca
Que a quer pôr em leilão.

Vamos agora,  enessepês,
Que o Pai Natal faz ó-ó!,
Escolher uma boa rês
Para puxar… nosso trenó!


Quentes e boas… festas natalícias
Para todos os enessepês,
Alunos, dirigentes, docentes, não-docentes e demais colaboradores,
Que dão (ou já deram) o seu melhor
Para que cada um de nós continue em ter orgulho em dizer:
"Eu  ? … Eu trabalho (ou trabalhei)
na Escola Nacional de Saúde Pública",

Lisboa, ENSP, 17 de Dezembro de 2009
Luís Graça

sexta-feira, julho 01, 2011

Bogantologia(s) II - (94): Homenagem ao Prof Constantino Sakellarides

1. Homenagem, poético-sentimental, ao Prof Catedrático Jubilado da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa (ENSP/UNL), Constantino Thedor Sakellarides, também conhecido pelo nickname SAK, ao quilómetro 70 da sua autoestrada da vida, por parte de todos os companheiros e companheiras da saúde pública, aqui sentados/as à volta desta mesa, como ele gosta…


Companheiro: palavra que vem etimologicamente, do  latim cum + pane (aquele que come o mesmo pão à mesma mesa)….


É grego, de ascendência,
Moçambicano profundo,
Portuga por excelência,
Grande cidadão do mundo.

É nativo de Aquário,
Nascido em 1 de Fevereiro,
Tem fama de visionário,
Mas não de… facebookeiro.

É SAK, lutador também,
Detesta o assim-assim,
Faz jus ao nome que tem,
Constantinus, em latim.

Theodor, que é dom de Deus,
Foi por paixão, não por sina,
Que, em vez do reino dos céus,
Escolheu a medicina.

Com o seu quê de bizantino,
Tem fama de sedutor,
É o Doutor Constantino,
Mestre, guru, professor.

Do Maputo a Copenhaga,
Ou de Houston a Granada,
Sua vida é uma saga,
E a Higia a sua amada.

É um homem com memória,
E sentido de gratidão,
Que até da pequena história,
Faz a magistral lição.

Só não andou embarcado,
Em velhas Naus Catrinetas,
De três ninfas pai babado,
Avô de netos e netas.

Se o SAK é estrangeirado,
Por trabalhar que nem um negro,
Quem o diz está enganado,
SAK é tão tuga como grego.

Ao SAK pouco lhe importa,
A guerra que lhe é movida,
De Alma Ata a Harry Porter,
SAK é história …(de)vida.

Chamam-lhe o ideólogo
Do novo sanitarismo,
Da saúde, o politólogo,
Viva o SAK’llaridismo!

Não é gestor de cruzeiro,
Mas foi director-geral,
De todos é sempre o primeiro,
A ver o novo e o genial.

Não é roubo, não é saque,
Tem valor acrescentado,
A amizade do nosso SAK,
Prof agora jubilado.

Ao quilómetro setenta,
Da autoestrada da vida,
O SAK ainda aguenta
O calor da despedida.

Continuamos a conversar
Sentados à volta da mesa:
Que o contrato a celebrar,
É co’ a vida, de certeza!

Sais aqui, no apeadeiro
Da Avenida Padre Cruz…
Xicoração, companheiro,
Exemplo e fonte de luz!


Jantar de homenagem,
Lisboa, Bairro Alto,
Restaurante La Paparrucha
1 de Julho de 2011


2. Deixa-me acrescentar aqui, Constantino, um excerto de um recensão do teu último livro, “Novo contrato social da saúde: incluir as pessoas” (Lisboa: Diário de Bordo, 2010).

Foi feita para um dos meus módulos, por um nosso  (meu/teu) aluno do programa de doutoramento. Ele vai perdoar-me (e tu também) se eu, abusivamente e sem autorização prévia, transcrever e ler aqui publicamente o que ele disse a respeito de ti, autor do livro:

“Sakellarides reforma-se agora, com 70 anos de idade. Tive o privilégio de assistir às últimas aulas que leccionou sobre políticas de saúde, na Escola Nacional de Saúde Pública, onde expôs, no modo eloquentemente brilhante que o caracteriza, as ideias que expressa neste livro. Confirmei as convicções que já possuía: Sakellarides é um dos maiores politólogos da saúde portugueses (e internacionais) de sempre, uma das pessoas com maior influência na estruturação do pensamento em saúde e um Homem com dedicação à causa pública como não tem rival. A sua última obra escrita, aqui em análise, é o testemunho vivo disso mesmo”.

Deixa-me dizer-te o nome do aluno: Domingos Malta. Quando ele chegar ao quilómetro 70 da sua autoestrada da vida, vai seguramente lembrar-se, como tu, dos mestres que teve e que o marcaram, e entre eles figura um senhor chamado Constantino Sakellarides.

Podem, meu caro SAK, tirar-te, tirar-nos tudo, mas são estas pequenas recompensas imateriais, dadas pelos nossos alunos, que nos reconciliam com a vida de professor, suas grandezas e misérias, suas alegrias e tristezas… Acho que é bom sentir que afinal o pedagogo (do grego, paidagōgós) é mais, muito mais – etimológica e metaforicamente falando - do que o escravo que leva a criancinha, pela mão, à escola


LG (em nome de todos/as os/as presentes e dos/das que não puderam vir, que tiveram – e continuam a ter - o privilégio de te conhecer, trabalhar contigo ou simplesmente privar contigo).

terça-feira, julho 10, 2007

Blogantologia(s) II - (41): Homenagem ao Prof Doutor Vasco Reis

Não é o que queria ser
Mas é algo do que gosta,
Deu menos valor ao ter,
A saúde foi sua aposta.

Cinco anos na academia,
Licenciado em direito,
Exerceu advocacia,
Mas não a levou a peito,

Bem poderia ter sido
Rico e famoso advogado,
Não escolheu, foi escolhido,
Para deixar outro legado.

Na barra dos tribunais
Não seria menos bom,
À frente dos hospitais
É que irá mostrar o seu dom.

Mas antes foi desportista,
Até mesmo federado,
Sem esquecer o artista
Do teatro declamado.

Pelo meio há mais paixões,
Há um Vasco cineclubista,
Arte, ideias, emoções,
Do beau ciné saudosista.

Nado e criado em Coimbra,
Para o sul há-de emigrar,
Só não foi trolha... em Sesimbra,
E seu fado foi ensinar.

É uma grande geração,
A de mil nove sessenta e dois,
Gente de contestação,
E liderança, depois.

Não foi Ministro, de minus,
Menor, servo, servidor,
Dedicou-se a outro múnus,
O de público gestor.

O resto da sua história
Já é melhor conhecida:
Com honra e sem vanglória,
É uma vida preenchida.

Oxalá não fossem loas
O que se diz amiúde,
Que o melhor são as pessoas
Nas escolas da saúde.

Que isto fique em acta:
Régio Vasco, vales ouro;
Mesmo mal pago, em prata (1),
Desta escola és um tesouro.

Lisboa, Restaurante Faz Figura, 6 de Junho de 2007

Letra: Luís Graça

(1) Trocadinho: referência à salva de prata que lhe foi oferecida na ocasião por um grupo de pessoal docente e não docente da ENSP/UNL

domingo, junho 10, 2007

Blogantologia(s) II - (40): As Boas Festas da Escola Nacional de Saúde Pública

As Boas Festas da Escola Nacional de Saúde Pública


Coro

Boas festas, meus senhores,
Boas festas vos queremos dar;
Em casa de professores,
Falta gente… p’ra cantar.

Em casa de professores,
Falta gente… p’ra cantar.

Margarida (solista):

Viva o senhor director
Desta Escola Nacional,
Nunca teve comp’tador,
Foi ‘statista genial.

Coro:

Na hora da despedida,
Fica bem a gratidão,
Foi a lição de uma vida,
A do Fernando Galvão.

Margarida:

Viva o senhor presidente
Do Conselho Científico,
Diga lá a esta gente
Se há cargo mais pacífico.

Coro:

Tem um jeito bizantino,
Mas não é imperador,
De seu nome Constantino,
Também é cá professor.

Margarida:

Em cima pondo o cliente,
Sem puxar ao demagógico,
Viva o senhor presidente
Do Conselho Pedagógico.

Coro:

A história de Marilu
Tem o seu quê de didáctico,
Para o nosso Sousa Uva,
O mais jovem catedrático.

Margarida:

P’ra enfrentar o destino,
No fim de dois mil e seis,
É director interino
O Professor Vasco Reis.

Coro:

Ao fim de duas carreiras,
O seu melhor irá dar.
Vimos cantar-lhe as Janeiras
E não q’remos desafinar.


Margarida:

Falta a q’rida secretária,
Desta casa sem espavento,
Não sendo milionária,
Vai compondo o orçamento.

Coro:

Vimos cantar-lhe as Janeiras,
Mesmo sabendo o segredo:
No f’meiro não há alheiras,
Quem diz é a Lurdes Pedro.

Margarida:

Saudada a hierarquia,
Viva todo o pessoal,
Tenham todos lindo dia,
Muitas prendas de Natal.

Coro:

Especial saudação
Para o nosso Discente,
Sem Ele não há Missão
Nem Escola que se aguente.

Boas festas, m‘nhas senhoras,
Boas festas vos queremos dar;
Nesta casa de doutoras,
Não falte gente… p’ra sonhar.

Nesta casa de doutoras,
Não falte gente… p’ra sonhar


Lisboa, ENSP/UNL, 21 de Dezembro de 2006 / 2 de Janeiro de 2007

Letra: Luís Graça

Coro ad-hoc da ENSP/UNL