sexta-feira, maio 12, 2023

Nada disto é fado


Nada disto é fado


Nada disto é fado, é apenas história (de)vida,
Ruas do ouro e da prata, de outrora, querida.

Colina acima, rua abaixo, no metro de Lisboa,
Ou no amarelo da Carris, é a vida,  à toa.

A vida é um assalto à caixa de Pandora, meu amor,
Beware of pickpockets,  avisa o revisor…

Alcântara, a ponte de fogo, suspensa
Sobre a tua cabeça, e a nossa raiva, tensa.

Em Almada,  a teus pés, tens o estuário do Tejo,
Mas é na solidão do Terreiro do Paço que eu mais te desejo.

Compro castanhas, quentes e boas, com ternura,
Enquanto a vida segue pelas ruas, sujas, da amargura.

Nada disto é fado, é apenas história (de)vida,
Ruas do ouro e da prata, de outrora, querida.

Lisboa, novembro de 2013

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