quinta-feira, julho 28, 2011

Vamos cantar as janeiras (3): Escola Nacional de Saúde Pública, 2010

Viva a Escola Nacional,
Nossa, de Saúde Pública,
Ao pé dela não falem mal,
Qu’ é senhora muito púdica!


Houve até um Pai Natal
Que pensou em embrulhá-la,
Em mau diploma legal
E simplesmente… fechá-la!


Se alguém cá ouve asneiras,
Que se queixe às tutelas,
E, na falta de maneiras,
Que se mude p’ra Bruxelas.


A haver promiscuidade
Entre ciência e poder,
Escolham sempre a liberdade,
E mais o ser que o ter.


Entre ódios e amores,
Vamos cumprindo a missão
De fazer mestres e doutores
Em linhas de produção.


Jingle bell, jingle bell,
Dizem que a crise é global,
Não há tinta nem papel,
Só suporte digital.


Muitas renas, poucas prendas,
Traz à Nova este Natal… mau,
Que ao menos, ó Reitor Rendas,
Não nos falte o bacalhau.


Já foi mais fiel, o amigo,
À mesa dos portugueses,
Estando agora em perigo,
Nas mãos dos noruegueses.


Quem vê caras não vê c’roas,
Diz o nosso economista,
E sem guita não há broas,
Nem saúde que resista.


Vem aí novo director,
Mesmo sem voto democrático,
Boas festas, p’ró senhor,
Quer seja ou não catedrático.


Que cuide bem desta casa,
E de quem nela labuta,
Com sorte e um golpe de asa,
Vamos ganhar a nova luta.


É o melhor que a Escola tem,
Os seus recursos humanos,
Não se queixam a ninguém,
E melhoram com os anos.


Constantino, se não importa,
Uma palavra lhe é devida,
De Alma Ata a Harry Porter,
É toda uma história de vida.


Apreço e gratidão
Ficam bem à nossa mesa,
Com ou sem Natal cristão,
Não aumentam a despesa.

O velho sanitarismo
São os croquetes e as retretes,
Com o sakellaridismo,
É gestão da diabetes.


É estratégia, é parceria,
Mais doenças do milénio,
Não digam que é poesia,
Mas pensamento de génio.


É uma outra gramática,
Policy e governance,
Teoria mais pragmática,
Inovação e nuance.

Co´o intelectual orgânico,
Do novo sanitarismo,
Dissemos não ao pânico,
E abaixo o pessimismo!


Não é líder de cruzeiro,
Nem sequer é general,
Mas é de todos o primeiro,
A ver o novo e o genial.


Sai aqui no apeadeiro
Da Avenida Padre Cruz,
Um abraço, companheiro,
Exemplo e fonte de luz.

E p’ro povo em geral,
Fornecedores e clientes,
Boas Festas, Feliz Natal,
E os corações sempre quentes!


Luís Graça, 16 de Dezembro de 2010

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